Primeira transa com outro homem = frustração

Senti, há pouco tempo, o quanto não deveria ter perdido tempo e realmente perseguido a cura do vaginismo. Tive meu primeiro contato sexual após anos, o primeiro sem que fosse com meu ex-marido. O saldo foi triste: não consegui, claro, a penetração. E o homem, em questão, desapareceu depois da noite frustrada. Foi meu primeiro envolvimento, de fato, após o divórcio. E parecia a perfeição: ele é (é, porque ainda existe, ainda que longe, bem longe de mim!) bem do tipo que me atrai em todos (quase todos) os sentidos: fisicamente, em certas atitudes, em várias características. Foi realmente o cara que mais se aproximou de tudo aquilo que sempre desejei na minha vida, bem mais até que meu ex. Mas, no encontro, ele (que é mais novo que eu) foi muito ostensivo pra cima de mim (disso eu realmente não gostei), em um segundo, com quase nada de conversa (naquela noite, já nos conhecíamos). E apesar de eu saber que não "daria conta" do ato sexual me deixei levar pela forçação de barra. E, óbvio, não consegui a penetração. Foi extremamente dolorido. Dolorido na hora, dolorido depois. No dia seguinte, quase não conseguia me mover mesmo. Ir ao banheiro, então, sentar, deitar... Foi difícil. Mas difícil mesmo foi a dor interna. A dor de saber que eu não deveria ter deixado tanto tempo da minha vida passar. Que eu deveria ter feito fisioterapia, exercícios, sessões com a sexóloga, sei lá. Eu precisava ter me curado logo. Passaram-se anos, e eu continuo na mesma. Foi imensa também a dor do silêncio, já que não divido com ninguém essa questão do vaginismo. Sou apenas eu e vocês. Talvez, pela forçação de barra que foi, o cara em questão nem quisesse mesmo nada nada nada comigo que não fosse o sexo. Ficou evidente. Mas a sensação que fica é de fracasso, de frustração PRA MIM. Às vezes penso: "Será que se a noite tivesse sido maravilhosa ele não teria me ligado no dia seguinte?!", "Será que a não penetração foi a única responsável por acabar com essa chance maravilhosa que tive de ser feliz?". Essa pergunta eu nunca poderei responder.

Comentários

  1. Bom, se ela foi a única responsável então não iria valer a pena. Relacionamento tem que ter amor e compreensão. Pense que vc se livrou de um e que existe sim um homem certo pra vc. Neste momento se concentre na cura. Sei que é mais dificil sem um parceiro para compartilhar mas vc é forte pra guentar a barra do vaginismo é tb forte o bastante pra dar um basta nele!!!
    Você é capaz sim, é perfeita sim e forte sim!!!
    Pense nisso e não fique se culpando!!
    Beijos!!!

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  2. Olá amiga, sinto muito que você tenha passado por isso, mas pense pelo lado positivo, quem sabe esse não tenha sido o empurrão que faltava pra você voltar ao tratamento. O vaginismo não nossa culpa, nós não escolhemos ser assim, mas podemos escolher entre nos curar ou continuar assim, muitas vezes eu desamino com os exercícios, mas sei que se eu não continuar nunca vou me curar.
    Se você acha que não consegue sozinha procure a orientação de um profissional.
    Você estava indo tão bem, não desista agora, tenha força. Não fique triste nem se culpando, esse cara não te merecia, a pessoa ideal pra você vai saber respeitar seu tempo, vai te apoiar e te dar toda a força do mundo pra alcançar a cura.
    Muita sorte e força para você, e que todas nós possamos chegar a cura.
    Bju

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  3. Obrigada, queridas! Adorei os recados e vou sim buscar a cura. No próximo post, explico o porquê. Abraços

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  4. A.P.,
    você já sabe a minha opinião sobre o vaginismo possibilitar uma "seleção natural" de parceiros. O sexo também exige afeto, consideração, cuidado, e esse cara obviamente estava sendo uma ilusão pra você, porque se ele sumiu provou que não era nada disso. Muito melhor encurtar logo a história do que começar uma relação com alguém insensível assim.
    Outra coisa que quero comentar sobre esse episódio, é que eu acho que apesar da ansiedade de superarem o vaginismo, as meninas devem ter coragem de dizer "não", de pedir calma, de expor o problema...senão se torna uma violência, e pior do que ter vaginismo é se torturar com uma violência...uma coisa é suportar uma leve dor durante o tratameto de dessensibilização, e outra coisa é permitir que outra pessoa tenha prazer através da sua dor! Acho que isso pode até piorar o problema em alguns casos, porque afinal a causa do vaginismo está relacionada a uma proteção inconsciente do corpo em relação a ameaças simbólicas, proteção que é reforçada pela ameaça de uma dor que equivale a uma violência.
    A.P., eu sei que você está muito ansiosa para resolver o problema porque já colheu muitos efeitos dele, mas cuidado pra não se esquecer do valor da paciência. Equilíbrio entre o otimismo ativo e a paciência espiritual.
    Até a vitória! (pra quem não sabe esse é um grito revolucionário...)
    Marcelo.

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  5. A.P.,
    só pra completar, você escreveu "será que se a noite não tivesse sido maravilhosa ele não teria me ligado no dia seguinte?", e eu respondo que se fosse esse o caso você nunca teria descoberto que ele só se interessou por você pelo sexo...sequer quis conhecê-la melhor. Vale a pena perder tempo com uma ilusão, com tantas pessoas compreensivas que podem nos aceitar com nossas limitações?
    Você ainda escreveu "será que a não penetração não foi a única responsável por acabar com uma chance maravilhosa de ser feliz", e eu respondo que se a não penetração foi mesmo a única responsável (e foi, já que não haveria outro motivo para que ele sumisse no dia seguinte...), então a chance de felicidade era falsa, não era nada maravilhosa como parecia...nesse caso, ainda bem que você o desmascarou logo!
    Sabe, acho normal que o vaginismo seja acompanhado por certa carência afetiva, mas tente se lembrar que hoje em dia a dissimulação é a regra e as pessoas acabam se fazendo parecer com o que querem que você acha que são...só o tempo mostra quem são as pessoas realmente.
    Um abraço! Marcelo.

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  6. Oi, tudo bem?
    Fiquei feliz em ter encontrado seu blog. Eu leio sempre os comentários das meninas em um blog que não tem mais atualizações, infelizmente, pois me pareceu um blog excelente também. E agora achei o seu. Muito obrigada por dividir suas experiências!
    Você não acha que seria legal poder conversar com uma psicóloga sobre isso? É oq eu quero fazer, pelo menos.. é mto difícil a gte conseguir este tipo de mudança mental sozinha.. não é impossível, só que seria mais fácil tendo uma pessoa capacitada para conversar. Para tirar essas dúvidas de: será que o vaginismo foi o problema? Uma profissional competente vai te ajudar a analisar. E é complicado falar com amigas, elas não sabem como lidar com isso também..
    E eu concordo com as outras pessoas.. ele não era o cara certo, justamente porque já veio de um jeito que você não gostou, muito insensível... Fique tranquila. Um grande abraço

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