Vamos viver tudo o que há para viver. Vamos nos permitir!

Hoje li uma reportagem sobre mulheres no Japão (link abaixo, o texto está em espanhol). Um estudo indica que, no país, um quarto das mulheres com idade entre 18 e 39 anos nunca fez sexo. Isso me trouxe à mente o quanto o conservadorismo, o puritanismo e o fato de ser reservada demais influencia na vida sexual da gente, em qualquer lugar deste planeta. Até o romantismo exagerado, esse amor romântico, muito cuidadoso e pouco sexual, pode ser um componente para a questão que conhecemos de perto, a de não aproveitar o sexo. De fazer do sexo um tabu, de anular essa parte tão importante da nossa existência.


De tantos relatos que já li sobre vagínicas, muitos dizem respeito a repressão provocada pela família, pela religião e em consequência pelas próprias mulheres. A boa notícia é que sempre há tempo de mudar isso. Analisar a si mesma, fazer terapia, conversar com outras mulheres que passam pelo problema são algumas das opções para criar um novo cenário, um cenário de libertação sexual e de superação do vaginismo.


Claro que as crenças, especialmente as religiosas, são particulares, e falar disso é muito delicado. Mas dentro de suas convicções, sejam elas quais forem, é preciso entender que o sexo é parte da vida. E traz prazer (isso é inegável!!!). O prazer é uma forma que a natureza encontrou para a gente querer se reproduzir. Então, por que não aproveitar essa fonte maravilhosa de deleite? E se tocar faz parte disso, de dar ignição nessa mecânica deliciosa, de esquentar os motores... ô, coisa boa!


A plenitude do ser humano passa pela vida sexual. Na minha opinião, começa na mente, na forma como enxergamos o ato sexual. Quando penso em sexo, me vem logo a palavra liberdade. Sexo é campo livre, neutro e intenso. É o bom vale-tudo, desde que os envolvidos concordem e não haja feridas de nenhum tipo pra ninguém. É entrar em contato com nosso lado animal, ter consciência disso e tirar o maior proveito possível dessa animalidade toda (risos). É cheirar, lamber, morder, arrepiar-se, gritar... (hum, isso tudo me deu ideias para um próximo post). Mesmo sendo as pessoas puritanas, reservadas e românticas na vida fora do sexo. Afinal, a natureza é sábia, harmônica, colorida e maravilhosa, não é? E por que seu amor romântico, delicado e carinhoso não pode ser sim um safado bem atrevido e ardente na cama, no sofá, no chão da cozinha, na praia, na escada de algum prédio deste mundo...?


Nesse processo todo, assim como a fantasia ou a forma como vemos o sexo, o toque é fundamental e um gatilho gostosíssimo. Encostar na gente mesmo, na vulva, nos seios, na bunda, nos braços, nas pernas, no pescoço, nas orelhas, no rosto, nos pés... e por aí vai, a lista é imensa e toda válida. Bom tocar-se sozinha, ao lado da(s) outra(s) pessoa(s), na frente dela(s), tocá-la também. Estimular a nossa pele de todo jeito. Pensar antes do toque, ou tocar-se para começar a pensar em algo picante. Essa é uma via de mão dupla, e a ordem pode mudar... o que é ótimo! A pele é o maior órgão sexual que temos.


Gente, é preciso se libertar e viver o que há pra viver. Não sei para vocês, mas, para mim, ler a reportagem sobre um quarto das japonesas sem usufruir de tantas possibilidades dá uma tristeza... Realmente fiquei chocada. A vida sexual está aí, fonte de tanto prazer. Vamos viver tudo o que há para viver. Vamos nos permitir, como diz a canção. A gente merece isso e muito mais de prazeroso nesta vida.


A reportagem pode ser lida em https://www.elciudadano.cl/diversidad/uno-de-cada-cuatro-japoneses-sigue-siendo-virgen-a-los-30-anos/04/09/


Beijos. Sigam rumo à cura! Ela existe sim! Sou a prova viva disso.

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