Qual é seu principal obstáculo?

Oi, todas e todos!


Venho aqui hoje para tirar uma dúvida minha, particular, mas que também pode ser sua ... e a resposta, sua resposta, pode levar à maior busca pela cura: qual é seu principal obstáculo no caminho da cura do vaginismo?

Eu, quando tinha vaginismo, sentia muito medo. Era medo da dor, principalmente. Ou melhor: medo de ser diferente. Achava que minha vagina poderia mesmo ter uma barreira, sei lá! Aí, fui a uma médica, que me disse que a anatomia era perfeita, que era só eu relaxar... baboseira que MUITOS médicos dizem (já li mil relatos iguais ao que vivi).

Essa médica me sugeriu cirurgia, e tirei o hímen. Não temi a operação. Fiz. Doeu. E me recuperei. Então, achei que a cura seria imediata. Não era: foi uma decepção enorme, e só piorou minha sensação de ser impossível a penetração. Falta de informação louca dessa médica...

Bem, depois fiz tudo praticamente sozinha, lendo na internet, me exercitando com cotonete, dedo e dilatores. Felizmente, e graças à minha força de vontade física e mental, a cura veio.

Medo acabou então aí? Não! Eu nunca havia realmente feito sexo com alguém. Então, no meu primeiro encontro sexual, falei ao parceiro que tinha uma questão com penetração. Ele disse: Relaxa. Tentou e em um segundo o pênis estava inteiro na vagina. FELICIDADE.

Acho que meu medo principal era ter um problema físico. Depois, uma questão de bloqueio mental. Vi que no final era mesmo uma barreira psicológica, que eu venci por mim. Não foi por ninguém.


Pare com 5 minutos, 10, 60, 1 dia... E identifique qual é sua principal barreira. Garanto que a penetração é possível se você se comprometer com você. Não é (só) com o(a) parceiro(a). Com a família (se o desejo é ter filhos, por exemplo). Com a sociedade (por querer ser igual a todo mundo). O compromisso é com você! Com seu gozo, sua felicidade.

A cura existe. E você vai chegar lá se vencer seus próprios obstáculos.

Se puder e quiser, conte neste espaço. Partilhar ajuda muito (eu sei porque partilhei muito!!!). Não é preciso se identificar. Vamos continuar essa rede de ajuda, de experiências, de desabafos e de soluções.



Comentários

  1. Eu ainda estou em tratamento, mas acho que minha maior dificuldade é aceitar o meu corpo. Sou perfeita, graças a Deus, mas olho para a vagina e tenho medo dela. Medo de tocar e machucar. Medo de mexer durante o banho. Então, eu vou à fisio e fazemos a sessão tranquilamente. Meu marido também me toca. Mas quando chega a hora de eu me tocar, travo. Parece que a vagina não me pertence! É uma sensação muito ruim... Mas já progredi muito, especialmente após descobrir a fisioterapia pélvica. Tenho certeza de que ficarei curada! Já consegui colocar 4 dos 6 dilatadores e já tive duas relações com penetração, porém ainda com desconforto e sem prazer. Mas sei que a minha cura virá! Não desanimem, meninas!

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    Respostas
    1. Juliana, tb tenho certeza da sua cura! Essa sensação de pertencimento, de posse sobre sua vagina é algo que já está sendo conquistado a cada um desses passos (maravilhosos) que vc tem dado. Sua vagina não é algo externo. Sua vagina tb é você. Pense, durante o toque, no quando tem de amor aí. Em vc com vc. Do seu marido com vc. Vc com ele. E no quanto esse amor traz de alegria. O gozo sexual virá. Comigo foi assim. Eu gozei de alegria, na minha cabeça, antes de ter um orgasmo. Obrigada pela partilha, Juliana, e pelo incentivo a todas neste espaço. Seja sempre bem-vinda!

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