Gozei na terapia orgástica

Oi a todas e todos!


Terapia orgástica foi realmente uma descoberta na minha vida. Entender como é possível gozar somente com as sensações do corpo, as estimulações, os toques... Essa experiência foi vivida na Casa Prazerela, da qual falei no último post (não patrocinado, vale destacar de novo).


A casa fica em SP, e eu soube mais sobre ela e a terapia via internet (YouTube, Instagram...). Um dia, em viagem a SP, marquei via WhatsApp. Por sorte, havia uma vaga para aquele mesmo dia. E fui. Sozinha e de Uber. Cheguei, e de cara a casa me encantou. Tudo lá é lindo. Na entrada, placas pequeninas indicam que é ali mesmo, sem dizer o que é. Fofo e delicado. E forte e respeitoso. Como a terapia. 

A casa por dentro é ainda mais marcante. Tem cara de residência mesmo, com pufes, tapetes... a cozinha é linda. E há um espaço tipo lojinha, com livros, bolsas e lenços voltados à temática da sexualidade e afins; modelos de clitóris em tamanho real, feitos de plástico, para a gente entender melhor com a gente é; vibradores...

Depois de alguns minutos de espera (relaxei no sofá e num pufe), entrei na sala da terapia. Fui atendida por uma terapeuta maravilhosa, que antes de tudo quis saber da minha história, o que me levava ali. Falei do vaginismo passado e também da dificuldade de gozar hoje em dia (e já há alguns anos). Ela me explicou sobre a terapia, passo a passo, sobre os toques que faria, o óleo que usaria, e que muitas mulheres têm reações diversas durante: umas riem, outras gritam, outras choram, outras se contorcem... muitas reações, às vezes ao mesmo tempo. Há várias etapas na terapia (acho que até a 4), e se segue naturalmente, sempre com muito respeito, cuidado, atenção e profissionalismo (a gente inclusive assina termos antes de iniciar a terapia).

Tirei a roupa num banheiro próximo (trata-se de uma suíte bem confortável... é uma casa mesmo!), e voltei ao local da terapia (um colchão no chão). A terapeuta iniciou os toques, bem leves, pelo corpo. Parecia que ele estava apenas acordando mesmo, se acostumando. É muito interessante! Depois, usando óleo de coco natural, masseagou a vulva usando muito óleo de coco. A minha reação foi de tentar suportar os toques, pois eu tenho a tendência de tentar evitar essa sensação. E o prazer, eu entendi, está numa linha tênue da chamada agonia, sabe? Suportei, tentando não gritar... Até que gritei. E depois chorei muito, choro alto mesmo, porque consegui sentir um prazer que se misturava sim com essa agonia, mas era prazer. Eu nunca havia sentido algo assim, e depois da terapia ainda não senti. Mas sei que posso sentir, e isso é libertador.

Aliás, o choro foi muito libertador. Chorei libertando muitos sentimentos. Chorei libertando a questão do vaginismo de uma vez. Definitiva vez. Chorei libertando insultos que recebi de homens durante a minha vida. Libertando e perdoando. Chorei me perdoando. Chorei gozando. Foi muito intenso. Mágico. E um detalhe importantíssimo: eu gozei apenas com as sensações, sem pensar em fantasias sexuais, sem pensar em sexo em si, sem lembrar em nem mesmo um segundo que uma mulher estava ali. Foi muito interessante. Éramos eu e meu corpo apenas.

Saí dali outra mulher. Voltei tão cheia de mim. Cheia de poder, de luz. Foi uma fonte aberta mesmo, incrivelmente. Naquela noite, ao deitar, tentava processar tudo aquilo. A minha atitude de ter ido lá. Antes, de ter marcado, ter ido sozinha, ter tido a coragem de tirar a roupa inteira diante de uma mulher, de uma desconhecida, e ter me deixado tocar tão intimamente por ela, de ter gozado na frente dela. Processar o fato de eu ter gozado daquele jeito pra mim, pro universo. Foi realmente um portal que se abriu.

Ela já havia me avisado que o corpo também estava processando tudo aquilo. O pessoal da casa até avisa que durante 24h ou 48h depois, ou naquela semana (não me lembro bem), é bom não tomar decisões drásticas ou definitivas em nenhum campo da vida (nem decidir cortar o cabelo, ou vender uma casa, por exemplo), porque o corpo está meio que se adaptando a uma situação nova e impactante. Muito interessante isso!

E, depois de horas na casa, até dias depois de ter ido lá, eu sentia meu corpo literalmente vibrando, formigando. Eu entendi o que é a energia sexual e o poder dessa energia. É muito grande, gente. MUITO GRANDE. A gente não tem ideia. Lembram quando se fala que a gente não sabe do que o nosso cérebro é capaz? A gente não sabe do que a nossa energia sexual é capaz!!!! Por isso que Mariana Stock, fundadora da Casa Prazerela, fala tanto de potencial orgástico! Depois dessa experiência, passei a compreender um pouco, vi um pedacinho desse iceberg.


O que tenho, às vezes, é um espirro de orgasmo. Elas também falam disso. Aquele prazer de um segundo que acaba, ou que é interrompido por mim mesma, pelo meu inconsciente ou subconsciente ou pela minha consciência, não sei bem. Depois dessa experiência, gozei muito com meu marido, com quem conversei a respeito da terapia orgástica. Estava aberta a porta. Não gozo toda vez, mas gozo mais. Saber desse potencial mudou a minha postura no sexo também, me faz buscar esse orgasmo, essa energia, esse poder.

Quero voltar à Prazerela de novo quando for possível. É um investimento de tempo, de atitude, de dinheiro. Mas nunca fiz algo tão para mim mesma na vida. Eu abri um portal de energia, de poder em mim!


Beijos! E sigamos sempre rumo às nossas curas!




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